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Monografia 2017.2 revisão

DA LIBERDADE
A liberdade é um tema discutido em todos os ramos da sociedade. Debatida, muitas vezes, de forma prolixa, haja vista, como pano de fundo o senso comum sem o estudo da palavra. É um termo dito e pesando por todas as idades, gêneros, classes sociais e aclamada em manifestações de todas as épocas da História. É sem dúvida, uma palavra de cunho significativo a Humanidade. A palavra liberdade traz a população o poder nas mãos e as redes de suas vidas, manifestando também no campo intelectual das universidades, das escolas, das comunidades. Ela, será uma palavra de impacto e representação democrática para a sociedade. A construção dessa sociedade com homens e mulheres livres, reque do indivíduo uma decisão consciente dos resultados dos seus atos. Porque toda ação boa tem consequências, também toda ação equivoca, resulta em consequências ruins. Com isso, atuação do homem consciente e responsável pelos seus atos, resultara em uma sociedade livre com cidadãos conscientes da sua liberdade. A filosofia tem o legado, dentro outros, de refletir o teor da palavra liberdade e a importância que ela representa na existência, da existência humana. O filosofo francês Jean-Paul Charles Aymard Sartre 1905-1980 dentre outros soube filosofar sobre a liberdade com propriedade, para o ele a Liberdade era o seu objeto de estudo no âmbito complexo do campo filosófico e seu projeto de Vida. Jean-Paul Sartre refletirá sobre a Liberdade, com tamanha expressivamente que se dedicou por toda sua vida, a defender a Liberdade; viajando pelo mundo, participando efetivamente na política, sendo assim uma das pessoas mais influentes do século 20, com sua obra O ser e o Nada, ganhou o prêmio Nobel, que recusou, para demostrar, fielmente a sua defesa pela liberdade. A Liberdade existencialista de Jean-Paul Sartre, apresentado no livro “O existencialismo é um humanismo”, texto estenografado que foi pouco retocado por filosofo, de uma conferência que proferiu em Paris numa segunda feira do dia 29 de Outubro de 1945. Nesta conferência empenhou-se em esquematizar suas próprias teses, destacando, apenas aquilo que seria entendido, deixando a técnica aos Doutores filósofos. Portando, esse livro era destinado a todos, não somente aos filósofos mas ao público em geral. As críticas eram muitas para sua filosofia existencialista, por começar dos comunistas que relatavam que sua filosofia levavam as pessoas serem contemplativas. Já as críticas dos marxistas o acusaram de acentua a ignorância humana, de expor aos quatro ventos o sórdido, o suspeito, o viscoso e de negligenciar certas coisas belas, alegres da natureza humana. Contudo, as críticas dos católicos, eram de o existencialismo negar a realidade e a seriedade do empreendimento humano e os valores cristãos. Com essa e outras acusações que Jean-Paul Sartre intitula a conferencia de “O existencialismo é um Humanismo”, com isso ele diz que com todas as críticas, até mesmos dos existencialistas tanto cristões quanto dos ateus, eles têm algo em comum de considerarem que a existência precede a essência ou, que é preciso partir da subjetividade. Jean-Paul Sartre explica a sua filosofia sobre a Liberdade centrada na subjetividade. Levando o sujeito a ser independente nos seus compromissos, construindo a vontade de ser livre e impulsionado na coragem de mudar as regras que o predem num círculo alienante. Partindo de uma escolha subjetiva, o homem, começa a criar os seus próprios valores morais. É pela subjetividade, que o sujeito se encontrará para decidir a suas próprias escolhas, com decisões que serão uma ação de liberdade e coragem perante o mundo, que é cheio de corporações e instituições das quais são compostas de muitas regras, que aliena as pessoas. Alienações, da qual o sujeito se encontra numa maneira conveniente para se manter na zona de conforto, onde eles não se permitem nem ao menos pensar sem autorização de uma autoridade ou instituição. Aqui nesta breve reflexão, compreendemos que a liberdade comentada, pela mídia, procurando por muita das vezes somente audiência, ouvi-las, será necessária cautela por terem teorias rebuscadas, onde se deverá ter prudência de usar o bom senso antes de toma-las como conceitos de liberdade das quais muitas vezes, não serão condescendentes segundo com a filosofia Sartre. Teremos que partimos de nossa subjetividade da consciência para atingirmos a nossa Liberdade A consciência da liberdade Sartre chama a consciência de Para-si, [1] expressão que define a consciência como distância ao Ser, pois é uma relação do Em-si-Para si[2]. O surgimento do Para-si, faz com que o Em-si [3] venha ao mundo, de modo mais genérico, o Para-si é o nada pela qual "ha" Em-si. A realidade do Em-si está ai, com suas qualidades, sem qualquer deformação. Pois o Em-si só revela, quando o Para-si o modifica, surgindo no mundo, em potencial, sendo abandonado ao meio à indiferença. Por esta razão, o Para-si nada traz de novo, salvo uma significação; descoberta como situação e toda situação é concreta, cada escolha é uma escolha de mudança concreta a ser provocada em um dado concreto. Pois "Quando o Em-si se rompe para converte-se em Para-si, ocorre não a destruição, mas a "aparição" mesmo do mundo: a consciência faz com que o mundo: a diante dela como existente." (Perdigão, Paulo; Existência e Liberdade, pg. 39). É a partir da consciência que o homem conduz a sua existência. A consciência nada tem de substancial ela só existe na medida em que se aparece. Ela aparece no momento em que o Ser tem uma ação e não apenas a intenção. Porque toda consciência é consciência de alguma coisa; ela é um ser para o qual, em seu próprio ser, ergue-se a questão de seu ser enquanto este ser implica um ser outro que não ele mesmo, ela em sua natureza mais profunda será a relação de um ser transcendente. Ter consciência de alguma coisa é estar diante de uma presença concreta e plena que não é consciência: Ser consciência é presença a si. Aqui se verifica porém um diante de si que representa separação e portanto um certo grau de negatividade. Mas o que é que separa o sujeito de si mesmo? resposta: nada. Nada é a "distância nula que o ser carrega em seu ser" (L' Être et le Nént, p.20) Mas essa distância nula que o ser carrega em ser " Para-si é consciente de sua facticidade, ou seja, "ele tem o sentimento de sua inteira gratuidade, ele se apreende como estando aí para nada, como sendo excessivo (comme é tant de trop). Em consequência, o Para-si é ontologicamente deficitário, pois falta-lhe ser e por isso mesmo gravita em torno dos valores para os quais tende mediante o desejo e que constituem os possíveis de sua ação. " A falta do Para-si é uma falta que ele é (L' Être et le Néant, p.145). Falta, falha, deficiência. "(Ensaios Filosóficos, Nunes Benedito; organização e apresentação Vitor Sales Pinheiros. São Paulo: editora WMF Martins Fontes, 2010. Pg. 249. ). Sendo uma filosofia da consciência, a subjetividade do indivíduo é o ponto inicial para o existencialismo. Bornheim aponta em seu livro "Sartre" que a frase celebre de Descarte "eu penso logo eu sou" inspirou Sartre como ponto de partida para validar a metafísica na sua filosofia que se estabeleceu como verdade absoluta na consciência ao atingir a si própria; ao passo que para encontra essa verdade na subjetividade do Ser. Sartre ao afirmar a subjetividade, instaura dois problemas de duas origens distintas: o Homem e a Matéria. A dicotomia sujeito-objeto é a pretensão do filosofo adentrar na metafísica moderna. Fazendo uma filosofia existencialista baseada na liberdade que nasce na consciência do ser humano. Onde Homem contracena como protagonista num teatro da qual o público é plateia e personagem ao mesmo tempo ela não só assistiu mas participa da peça. Que tem como cenário o mundo e como plano de fundo a consciência, da qual o ator protagonista é o próprio homem que se faz herói, bandido e o seu próprio deus, libertador de sua liberdade. A consciência é a morada transcendente do ser da liberdade existencialista de Jean-Paul Sartre. Nasce na consciência, e transcende do Em-si-para-si a liberdade existencialista do ser, que projeta, se libertar do passado tornando-o um nada para com isso negar o que tinha antes e fazer do agora um novo presente para o futuro. No momento em que o Ser tem consciência da sua liberdade de pensar e agir, ele tem a responsabilidade de conduzir sua vida da forma que projetares, por exemplo se uma pessoa, escolhe sair da comunidade em que viveu desde que nasceu e mudar de cidade. Ele faz dessa escolha seu projeto individual, não será mais conduzido pelo chefe que da comunidade que vivia; ele conduzira e planejara qual projeto que quer realizar desde que tomou consciência de sua liberdade, nadificando o Em-si e dando passagem ao Para-si conseguindo assim sua carta de alforria, sendo não mais escravo e sim livre para existir no mundo, como condenado a sua liberdade de ser no mundo um sujeito com uma consciência de agir. "... a consciência existe diante do mundo, é preciso que ele apareça a mim como fenômeno psíquico real. Não basta aqui haver "virtualidade", nem "possibilidade": a consciência é ato, e tudo o que existe na consciência existe em ato." (A imaginação, Sartre, Jean-Paul; tradução Paulo Neves. Porto Alegre, RS: L & PM, 2012. Pg. 35). A consciência tem como ponto de vista a intencionalidade: “Com efeito, a consciência define-se pela intencionalidade. Pela intencionalidade, ela transcende-se a si mesma, ela unifica-se escapando-se” (Sartre, 1994, p. 47). Para Sartre a consciência é mais do que intenção é se colocar em ação. Independente da questão da finalidade de ganhar ou perde ele o escolhera por ser livre na espontânea vontade de se realizar no Mundo, com uma postura madura de liberdade autêntica e verdadeira no Mundo o Em-si-Para-si, como ser-no-mundo, nascido do Ser-em-si dos fenômenos; com uma carência ontológica sem uma identidade que possa se afirmar consigo mesmo. Dessa forma, não há, na leitura ontológica da realidade humana, nenhum ser que seu ser é nada, a consciência é. Não é possível definir seu ser, composto que seu ser é nada. Todavia uma negatividade; o homem sendo o ser pelo qual o nada vem ao mundo. "Sartre admite, entretanto, que não é a negação que produz o Nada. Muito pelo contrário é o Nada que é a origem da negação [...] De qualquer maneira o Nada impregna a consciência e chega ao mundo por intermédio dela." (Ensaios filosóficos; Nunes, Benedito; organizações e apresentação Victor Sales Pinheiros. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. p. 249). O nada é um mero conceito vazio, desprovido de sentido: "O nada é a possibilidade própria do ser e a sua única possibilidade [..] realidade humana é o ser, no seu ser e por seu ser, enquanto fundamento único do nada no coração do ser" (Sartre, 1997, p. 128). Dessa forma o Ser-para-si emerge na consciência, sendo apto para um projeto individual de se projetar no mundo fazendo seu próprio destino onde os valores e moral é escrito pelo próprio homem. Mas isso tudo passa pela consciência responsável de negar a si mesma, para construir um Para-si que lhe ajudará a vencer o nada, que lhe impediu de transcender no mundo como sujeito livre. Ele não usará mais de má-fé se mascarando de um personagem de quem ele não era, mentindo para si mesmo. Ele usará de coragem para transcender do nada e tornará a consciência concreta e real no mundo, tirando todas as máscaras que lhe impedia de escolher por si mesmo livre, com uma consciência sem amarras. O Ser é opaco a si mesmo exatamente porque está pleno de si. Sendo assim consciência é um vazio e por ser consciência de alguma coisa ela nunca será o que buscará ser. Pelo fato do ser-Em-si ser um vazio no tempo e no espaço. O Em-si é, para se perder em Para-si. O Para-si se complementa no Em-si, Sartre, contudo nos relata que o uso do ser-Para-si é com o intuito de gerar ação própria na consciência, para ser-no-mundo. Se o ser-Em-si não pode ser seu próprio fundamento nem o dos outros seres, o fundamento em geral vem ao mundo pelo Para-si. A consciência não se apresenta por ela mesma sem ser sequestrado pelo Para-si para revelar-se no mundo. O Para-si é o ser que se determina a existir na medida em que não pode coincidir consigo mesmo. Porque sem o ser-Em-si não teria o Para-si no mundo, contudo não poderia haver a consciência no mundo é pelo qual a consciência se transparece, cheia de intencionalidades, mas só com ela mesma não teria ação no ser-Em-si. O Ser precisará da consciência para que suja a intencionalidade, assim sendo o Para-si teria pressupostos para agir no mundo. Os dois seres tanto o Em-si e o Para-si são dois elos inseparáveis depois de revelado um para outro na liberdade concreta no mundo: Partindo da análise dos fenômenos. Sartre conclui, [...] que o Ser comporta duas regiões ontológicas distintas; de um lado, o Ser-Em-si ... dos fenômenos; de outro, o Ser-para-si da consciência [...] dos fenômenos; de outra, o Ser-para-si da consciência [...] O primeiro é implicado pelo segundo, pois que, de acordo com o princípio da intencionalidade, reformulado por Brentano, e que serviu de base à filosofia fenomenológica de Husserl, a consciência é sempre consciência de algo. A consciência, portanto, revela um outro ser para o qual está permanente voltada e na direção do qual se transcende. "É o ser desta mesa, deste maço de cigarros, da lâmpada e, de um modo geral, o ser do mundo que é implicado pela consciência.” (Sartre, L'Etre et le Néant.14º ed. Paris: Gallimard, p.29.)". " (Ensaios Filosóficos, Nunes Benedito; organização e apresentação Vitor Sales Pinheiros. São Paulo: editora WMF Martins Fontes, 2010. Pg. 204. ). Sartre trata da consciência com mais realidade e concretude do que Husserl. Ele sai do âmbito abstrato da consciência e a colocará em ação no mundo, com isso que é na consciência que Sartre defende sua liberdade. O fenômeno do ser se revela imediatamente à consciência. O Ser da consciência partiu da revelação-revelado de outro tipo de ser, o Para-si, que se opõe ao Ser Em-si do fenômeno. O sentido do Ser Em-si, a ser tentada, só pode ser provisória. Portanto usa do Para-si para Ser-no-mundo. A fenomenologia concedeu a Sartre uma possibilidade de estudar o fenômeno do Ser como mais profundidade e assim compreender melhor o homem. O papel da Ontologia fenomenológica foi muito importante para Jean-Paul Sartre investigar o Ser que será o fenômeno revelado, pois não é possível para Sartre saber nada sobre o Ser, sem consultar o fenômeno de ser, já que é o próprio fenômeno de Ser que solicita ao ser do fenômeno sua aparição. Logo, é o fenômeno de Ser, que conhecemos na visão sartriana, o Ser transfenomenal ou sua aparição, que se revela no mesmo ato de sua aparência e essência como indicativo de si mesmo ou do seu próprio Ser. Em seus resumos ele chega a dizer que o Ser é em si; contudo chega ao fenômeno ser-Em-si. O Ser-Em-si se defini como sendo o que não é e não sendo o que é. Com isso no Ser-em-si não pode achar o possível e nem o necessário ele é sempre contingência. No entanto, o possível só é cabível na estrutura do Para-si, ou seja, pertence a outra região do Ser. Todos os seus possíveis que fazem parte de sua possibilidade de Ser ainda não lhe pertencem. Seus possíveis se refletem sobre sua consciência, determinando aquilo que pode Ser. Como exemplo de possibilidade de Ser, podemos citar a escolha profissional de uma pessoa. O filosofo Sartre nessa etapa de seus estudos estabelece conhecer mais sobre os dois seres: o Em-si e o Para-si do qual ele exemplifica com mais profundidade em sua obra O Ser e o Nada - Ensaios de ontologia fenomenológica. O Jean-Paul Sartre denominou o Ser como contingência e não definição. Com isso o Ser é situado e mesmo em situação o Ser não seria um isso ou um aquilo, num círculo fechado, ele é o que é querendo escolher Ser. De outra forma o Ser estaria cometendo um ato de má-fé. A consciência ou o Para-si, consiste em ser si mesmo sob a forma na presença de si. Desse modo, o Para-si deve Ser seu próprio nada, para Ser no mundo uma presença que não é outra coisa que ele mesmo. E perguntamos: "Por que ele é assim, e não de outro modo?" O Ser é na medida em que existe como presença no mundo. "Logo, o ser da consciência, na medida em que este ser é Em-si para se nidificar em Para-si, permanece contingente; ou seja, não pertence à consciência o direito de conferir o ser a si mesmo, nem o de recebê-lo de outros. Com efeito, além do fato de que a prova ontológica, com a prova cosmológica, fracassa na intenção de constituir um ser necessário, a explicação e o fundamento de meu ser, na medida em que sou tal ser, não poderiam ser encontrados no ser necessário. A premissa "tudo que é contingente deve achar fundamento em ser necessário, e eu sou contingente" assinala um desejo de fundamentar e não a vinculação explicativa a um fundamento real. De modo algum daria conta, na verdade, desta a contingência, mas apenas da ideia abstrata de contingência em geral. "(O Ser e o Nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Jean-Paul Sartre; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 131). O Ser-Em-si é contingente, parti do momento que ele apela-se em Para-si, se tornando e revelando em ato nadificador, esse fundamento de si como consciência vem em forma de sacrifício que o nadifica; o Para-si é o Em-si que desaparece como Em-si para se afirmar como consciência. Com tudo isso a consciência consegue de si própria seu Ser consciente e só pode se relacionar consigo mesma, na medida em que é a sua própria nidificação. Aparte disso se transformará em Para-si com todo o fundamento geral no mundo. Para consciência existir no mundo: "... existir e ter consciência de existir é a mesma coisa. Ou seja, a grande lei ontológica da consciência é a seguinte: a única maneira de existir para uma consciência é ter consciência de que há somente dois tipos de existência: a existência como coisa do mundo e a existência como consciência." (A imaginação, Sartre, Jean-Paul; tradução Paulo Neves. Porto Alegre, RS: L & PM, 2012. Pg. 108). O Para-si é um ser que habita o seu próprio nada; é o Ser que cria os valores e com eles se angustia. A consciência transcende, quando indica sua intencionalidade, realizando o movimento de sair para fora de si; diante do nada do seu Ser o Para-si, exerce sua liberdade e ao ser lançando no mundo. O nada na consciência nos revelou, também que o homem para fugir do vazio de seu Ser. Ele precisará tomar uma atitude, frente a essa situação. Ausência de fundamento perante os seus projetos injustificáveis recorre a enganar essa facticidade construindo mascaras na fuga da angustia; com essa tentativa estaria se enterrando na cova de um ser opaco, com isso o ser que não é translucido é transcende na iminência, a liberdade torna uma de suas prioridades. A consciência de Liberdade na visão sartriana é plenamente consciente de si, não havendo inconsciente ou não-consciência que possa justificar as ações humanas.  No ser Para-si, a liberdade fundamenta a possibilidade do homem escolher e de negar seu próprio Ser. O homem com sua consciência, transpassa tudo o que podem o definir. Ele é portando uma argila que se pode modelar da forma que projetar para o possível transcorrer em sua trajetória, como possibilidade permanente de um eterno Vir-a-Ser. Por causa do Para-si é um Ser nidificado, no entanto busca preencher o nada do seu próprio Ser, estando em constante movimento à procura de existir. A consciência em todas as etapas é consciente do fazer humano. Ainda assim, a consciência, ao dispor-se de si mesma como objeto, nidifica seu Ser. Dessa forma é feita, a consciência, em Sartre, é cheia de nada. É nesse sentido que Sartre irá definir a consciência humana como aquilo que é o que não é, e não é o que é, ou seja, a consciência humana é nada. Ela será construída ao decorre de cada escolha de na vida. Todavia para Sartre, a consciência não se define como uma plenitude fechada em si mesma, opaca e maciça. Pelo contrário, vem do princípio da fenomenologia husserliana de que a consciência se define como uma consciência posicional: "Com efeito, a consciência define-se pela intencionalidade. Pela intencionalidade, ela transcende-se a si mesma, ela unifica-se escapando-se”.” (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 47). Ora, dizer que a consciência é posicional significa que a consciência pega o objeto que está fora dela, no mundo, como objeto para a consciência. No mesmo sentido, a consciência é passagem para os objetos que estão largados no mundo, e que o mundo todo está, necessariamente, fora da consciência. “Para Sartre é a estrutura original da consciência que, ao se fundar, por um lado, na plenitude das coisas (que não mudam) e, por outro, no vazio da consciência para que seja possível à experiência das coisas (a intencionalidade), faz com que possamos ser nossa própria invenção (mudamos).” (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.39.). No entanto a consciência está sempre situação, de toda maneira ela sempre tem por seu ser um objeto que não é ela mesma. Dito de outra forma, a consciência, ao visar os objetos que estão no mundo, deflagra a percepção de que "Em-si" ela nada pode encontrar, exatamente por ela estar fora dela no mundo. Assim, para Sartre, a intencionalidade da consciência traz em seu bojo o fato de o mundo estar fora da consciência, ou que a consciência será: "Toda consciência é falta de... para...”, (O Ser e o Nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 153). Ou de toda maneira, que na consciência não há conteúdo porque ela é caminho para o mundo em busca de sua essência: "O primeiro passo de uma filosofia deve ser, portanto, expulsar as coisas da consciência e restabelecer a verdadeira relação entre está e o mundo, a saber, a consciência como consciência posicional do mundo". (O Ser e o Nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 22). O surgimento da consciência diante de si instaura a distância de si com relação a si mesma distância está definida como nada de ser, de acordo como afirma Sartre: "O Ser da consciência, enquanto consciência, consiste em existir à distância de si como presença a si, e essa distância nula que o ser traz em seu Ser é o Nada" (O Ser e o Nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 127). Dessa forma, não há, na leitura ontológica da realidade humana, nenhum Ser que determine aquilo que a consciência é. Impossível definir seu Ser, posto que seu Ser é nada, a consciência se caracteriza tão somente como abertura para o mundo, uma abertura que é refratária de toda realidade que habita o mundo, conforme afirmar Jean-Paul Sartre: "Nenhuma categoria pode ‘habitar’ a consciência e nela residir como coisa" ( O Ser e o Nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 52). Assim sendo, a consciência somente pode aparecer no mundo através da nadificação de seu Ser como sendo a possibilidade própria do Ser da consciência: "O nada é a possibilidade própria do Ser e sua única possibilidade [...] A realidade humana é o ser, no seu Ser e por seu Ser, enquanto fundamento único do nada no coração do Ser" (O Ser e o Nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 128). Sartre defenderá o conjunto da consciência, pois “toda consciência é consciência de alguma coisa” (Husserl). E sendo a intencionalidade característica definidora dela, pois a consciência está necessariamente voltada para um objeto, de maneira que quando ela sofre uma separação ou é concebida uma instância que se opõe a ela, no caso o inconsciente, a consciência é deformada do é, do mesmo jeito, o próprio homem, visto que ele é sempre consciência de si, ainda que a consciência possa ser negada. No mesmo sentido que consciência é livre, é movimento (é intencional, é criadora de sentido, é abertura em direção ao Ser, é desejo de Ser, é falta de plenitude). Sendo assim, o conhecimento, a linguagem, os símbolos, os signos, intrinsecamente ligados à vontade de construir um si (justamente pela falta de plenitude), caracterizam a relação da consciência com o mundo enquanto uma relação existencial: é o Para-si desejando a totalidade e o mundo. Ela é negação do que é para se apresentar no mundo como autêntica em sua realidade situada. No processo de Liberdade, o Ser humano necessitará Ser consciente para escolher, e será preciso escolher para ser consciente. Escolha e consciência é uma só coisa. Mas, conforme explanado a consciência é nadificação, compreendemos que ter consciência de nós mesmo e escolher-nos são a mesma coisa. A liberdade do Para-si aparece como sendo o seu ser. Mas como esta liberdade não é uma dativa, nem uma propriedade, ela só pode ser escolhendo-se. Mas ainda assim, temos plenamente consciência da escolha que somos. Angustia, desamparo, responsabilidade, constituem a qualidade de nossa consciência na medida em que esta é pura e simples liberdade. Jean-Paul Sartre, ao estudar o sujeito, ou seja, o “Para-si”, o faz de maneira extraordinária. A existência do Para-si, com efeito, condiciona sua essência. Mas é necessário consultar a história de cada um para se ter um singular acerca de cada Para-si singular. Sendo o homem o Ser de liberdade o grande tema de suas obras. [1] O termo “Para-si” é um dos termos que Sartre utiliza para expressar o Ser da consciência no mundo. [2] O termo “Em-si-Para-si” é uma compressão que Sartre dá em relação ao Ser Livre. [3] O termo “Em-si” é uma interpretação que Sartre faz do Ser da Consciência interiorizado em si mesmo que não se manifesta no mundo. 2 DA RESPONSABILIDADE Perante a responsabilidade não dependera das perdas ou das vitórias de um projeto e nem nos levara a liberdade, não significará também que não somos livres. Acreditando que todos os desejos serão realizados é estar em um estado de delírio, repleto de percepções falsas da qual o senso comum, nos faz enganar com esse conceito sem fundamento de liberdade, onde insistem em espalharem entre os alienados essa alusão de liberdade: "... para o senso comum, muitas vezes liberdade significa simplesmente poder. É livre quem não encontra nenhum impedimento para o que quer. Não é nesse sentido que Sartre pensa a liberdade. A liberdade é absoluta como valor que finda o humano, e a radicalidade da liberdade sartriana está justamente nisto: não há nada que me reduza à matéria e ao corpo senão a morte, somos plena e absolutamente livres." (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.40.). Ao contrário do senso comum, para Sartre a liberdade é encarada na vida real, cotidiana e não numa fantasia. A liberdade será conquista passo a passo, tendo como bússola uma consciência de ação e não abstração, ou indiferente ao que acontece no mundo, ela terá plena clareza das dificuldades que irá enfrentar e tendo até mesmo como previsão do fracasso de um projeto, mas com tudo isso irá luta com plena consciência e responsabilidade de quem terá como objetivo central, construir uma autonomia de escolha. Pois não serão capazes de ofuscar a liberdade as barreiras psicológicas, históricas ou crise socioeconômicas que possa eximir o Homem da sua condição de ser livre, para construir uma condição de responsabilidade diante de seus atos. Sendo que toda liberdade é liberdade situada na realidade objetiva; algo deverá separar a concepção e a realização concreta desse ato, partindo do projeto de seus fins; Só somos livres, quando nossa liberdade, sofre a adversidade da realidade e as pressões de uma força do mundo. A liberdade concreta será posicional com todas as diversidades necessárias para enfrentar o fracasso, contudo realizar os fins. A liberdade não situada, se desintegrará. Apesar da liberdade depende de dificuldade que lhe contrariem, podemos compreender essa liberdade, a partir do momento que ela sofre pressões e dessa forma que ela se afirmar como liberdade. Segundo Sartre os Frances nunca foram mais livres do que durante a ocupação alemã. Em uma sociedade onde a exploração é constante, somos livres para tentar uma relação, e justamente por sofremos pressões que o nosso projeto se tornam fortes. Porque o Homem por mais explorado que seja tem integralmente a sua liberdade. Não quer dizer que o conceito sartriniano, afirma que o homem cativo seja livre, mas que ele é livre para agir, a escolha é dele, ele tem a liberdade de decidir fugir ou resignar-se ao cativeiro. “A vida de um escravo se rebela e morre no curso de sublevação é uma vida livre" A liberdade de escolha em ação. (Perdigão) De acordo com Sartre o surgimento da liberdade é cristalização de um fim através de algo dado e descoberto à luz de um fim, estando condenado a ser livre. Porque a liberdade não é uma escolha é o que é; a pessoa a tem e pronto, usufrui-la será uma tomada de responsabilidade. Uma escolha é uma organização de coisas em situação. Assim sendo será totalmente livre e responsável por sua própria situação. Mas também jamais será livre a não ser em situação. Portanto cada pessoa só realiza uma situação: a sua. A liberdade se encontra já na origem do Para-si. O Para-si só tem sentido em situação e a parti da livre escolha de seus fins, com a autonomia da escolha.  Passará todos dias fazendo escolhas assim tomará consciência dessa verdade dentro de si mesmo.   Sartre defende a liberdade com o intuito de nos fazer pensar e começarmos a questionar. O que é a escolha? Para o filosofo a resposta está na negatividade do nada tomando consciência de sua liberdade; Ao nascermos já somos livres, o nosso nascimento é uma confirmação da nossa liberdade. Nosso nascimento é a ancora da existência da nossa liberdade. Não nascemos com uma consciência formada, mas só pelo fato de existimos somos livres. Porque temos a oportunidade de negar o que não tínhamos e escolhermos construir um conceito de uma liberdade humana construída na autonomia da escolha. É nesse ponto que Sartre chega na negatividade. Negamos tudo que éramos e nos transformamos em nada. É do Em-si revelado no Para-si que o nada se torna tudo para o homem no ser-no-mundo como sujeito de si, responsável por sim e pelo mundo. “Sartre concede que minha experiência da liberdade está situada em próprio corpo. Mas a massa de meu corpo não interfere no absoluto da liberdade. Assim, posso estar cansado, doente, ferido até ou, ainda, apenas com dores de barriga e mal-estar, mas minha liberdade permanece intacta, essa operação de "não coincidência" nada sofre com minhas dores físicas; pelo contrário, como sou livre, posso desafiá-las ultrapassá-las e mesmo negá-las. Porque o que fizer, independentemente da minha situação (não só física, mas também financeira, psicológica, social, fisiológica etc.), faço absolutamente incondicionado que decorre da estrutura do para-si, o nome que Sartre dá consciência no seu monumental livro O ser e o nada." (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.40.). A liberdade não é condicionada, mas é situada para uma autonomia de escolhas fazendo existir o sujeito no mundo. A liberdade implica uma angustia de ser livre para construir um ser consciente de sua responsabilidade perante o outro e o mundo. Porque liberdade é ser o que é com um devir a escolher no possível. Sendo nossa escolha absoluta, ela se tornará frágil; ou seja, baseamos nossa liberdade por meio dela, com uma perspectiva de escolhermos converter em um além que seria; por inúmeros conflitos que envolve nossas escolhas, pela humanidade que somos. Mas até mesmo se escolhermos escolher por não usar nossa liberdade seriamos mesmo assim livres. Porque escolhermos essa situação, sendo assim também seremos responsáveis pelas consequências. Todavia, compreendamos que essa mesma escolha da qual se apresenta frágil é concebida pela angustia que faz manifestar nossa liberdade à nossa consciência quando se encontra uma possibilidade de revelação, e no mesmo sentido é testemunha de uma modificação de nosso projeto inicial. Na angustia, descobrimos que o possível que projetamos se revelará na nossa liberdade-por-vir, com isso averiguamos que nossas escolhas não são justificáveis pelo fato de a escolha ser contingência do Em-si que ela nadifica transformando essa contingência ao plano da determinação gratuita do Para-si por si mesmo. "Assim, a liberdade não é pura e simplesmente a contingência na medida em que se volta rumo a seu ser para iluminá-lo à luz de seu fim; é perpétua fuga á contingência, é interiorização, nadificação e subjetivação da contingência..." (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 590). Contudo a angústia é o modo pelo qual a liberdade é consciência de si, ou seja, é na angústia que o homem toma consciência de sua liberdade. Somos comprometidos com nossas escolhas, sendo conscientes de nós mesmos de saber que podemos inverte nossas escolhas. Pois planejamos projetos no porvir de nosso próprio ser numa liberdade existencial. “A liberdade do Para-si é sempre comprometida; não se trata de uma liberdade que fosse poder indeterminado e preexistisse à sua escolha. Jamais podemos nos captar exceto enquanto escolha no ato de se fazer. (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 590). No existencialismo de Sartre, a liberdade dá ao sujeito a capacidade de dirigir sua vida como quiser projetar, responsabiliza-se totalmente por seus atos. O engajamento do indivíduo com uma consciência de ação no mundo torna essa liberdade possível; pelo fato do ser estar mergulhado na contingência, nas adversidades do mundo: é o homem em constante situação. Portanto, é o seu ser-no-mundo que lhe possibilita o ato de realizar ao longo da construção de si, não encontrando nenhum resquício a priori que poderá tirar-lhe a autonomia. Nesta conquista da Liberdade, a despeito da angustia ele habita no ser que toma consciência de que será preciso continuar agir, mesmo que por ventura não consiga o que almeja por não conhecer ou domine as consequências de suas ações. Diante disso é que o ser se cria criando-se numa perpetua construção de si, colocando-o na dimensão da responsabilidade da criação de sentido a sua liberdade de criá-lo ou não: "O ato fundamental de liberdade; e é este ato que confere seu sentido à ação em particular que levo em consideração em dado momento; este ato constantemente renovado não se distingue de meu ser, é escolha de mim mesmo no mundo e, ao mesmo tempo, descoberta do mundo." (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre, Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 569) O ser se descobre no mundo usando de sua plena consciência de liberdade, uma qualidade, um posicionamento, ela é a condição mesma de ser humano, ela se direciona ao mundo que o Para-si não pode deixar de ser. Diante disso não tem como escolher não ser livre. A liberdade é situada ela é e será sempre o Nada de Ser do homem, sua radical indeterminação. Para o pensador francês, do mesmo modo que o sujeito, Para-si, não se confunde com o objeto, mas não pode ser pensado fora da relação com ele, a liberdade não se deixa limitar totalmente pelo mundo, mas não se comporta de modo alheio a ele. A de procurar ter vontade de se pensar a liberdade como absoluta, ou seja, como desligada da consciência, no sentido de fazer junto uma exigência da liberdade como concreta, de que forma, com um relacionamento necessário o para-si, para a concretização de um ser, precisa ter com o mundo. "Não há liberdade a não ser em situação, e não há situação a não ser pela liberdade. A realidade humana encontra por toda parte resistências e obstáculos que ela não criou; mas essas resistências e obstáculos só têm sentido na e pela livre escolha que a realidade humana é." (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre, Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 602). Ao abordar a liberdade no homem se enfrenta um estado muito tenebroso que é de faz presente no ser quando ele sair da introspecção de si para torna consciente de seus atos no mundo que é a angustia, fator crucial no processo de responsabilidade de vida para a construção da liberdade do homem na sua caminhada existencial no mundo. Na angustia torna real a consciência da nossa liberdade como analisa Sartre: a angustia é o modo de Ser da liberdade enquanto consciência de Ser. De acordo com o filosofo na angustia a liberdade está em seu Ser colocando-se em questão. A abordagem principal do filosofo é a liberdade do sujeito. A despeito disso em sua filosofia, o sujeito como consciente constrói um projeto possível, sendo assim, um processo pelo qual o homem vem a ser num outro momento, aquilo no que ele nasceu pra ser, livre em plena liberdade, na medida em que o sujeito torna-se ou se faz aquilo que escolheu a partir de uma indeterminação. E essa indeterminação é a ausência da essência, pois ela não é dada ela é construída. As concepções tradicionais, por basearem se em uma essência inata do ser, são conhecidas como essencialistas. Já a última, que dá ênfase ao fato de o ser humano primeiro existir e somente em seguida constituir uma essência, é conhecida como existencialismo (PENHA, 2001). A essência, para Sartre é construída pelo sujeito. Por isso a frase “a existência precede a essência”. A essência enquanto indeterminação prévia é a liberdade. Para o pensador francês, o homem é livre e responsável por tudo que escolhe de liberdade existencial projeto original e de má-fé que dela decorrem de outro. Contudo, somos inteiramente donos do nosso passado, presente e futuro, a filosofia da ação. A partir do momento que planejamos um projeto tomamos consciência do nosso futuro, com isso somos responsáveis por tudo que praticamos, pois ninguém tem culpa por nossos atos e temos como projeto a liberdade, essa é a nossa condenação. O filósofo tem a ideia de liberdade como uma pena, por assim dizer “O homem está condenado a ser livre”.  O homem é processo de existir e não essência dada. A ausência da essência enquanto determinação prévia é a liberdade, e o que interessa não é o que o homem é, mas o que ele se torna no percurso da sua existência. Com efeito, se a existência precede a essência, nada poderá jamais ser explicado por referência a uma natureza humana dada e definitiva, ou seja, não existe determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. A liberdade no existencialismo em Sartre é transcorrida nas experiências vividas pelo sujeito, como para ele: “existência precede a essência”, sujeito é responsável pelo que é, e que projetar será no ponto de visa a olhar para o futuro. A noção de sujeito na filosofia de Sartre é de fundamental importância para seu conceito de liberdade, uma vez que liberdade somente é liberdade de um sujeito, cuja consciência é autônoma para escolher. Dessa forma, o sujeito livre, para ele, é o sujeito moderno, elaborado na filosofia cartesiana, na medida em que Descartes promulgou a liberdade do pensar e da consciência do sujeito. Nessa perspectiva, declara Sartre na obra O Existencialismo é um Humanismo: Como ponto de partida não pode existir outra verdade senão esta: penso, logo existo; é a verdade absoluta da consciência que apreende a si mesma. Qualquer teoria que considere o homem fora desse momento em que ele se apreende a si mesmo é, de partida, uma teoria que suprime a verdade, pois, fora do cogito cartesiano, todos os objetos são apenas prováveis e uma doutrina de probabilidades que não esteja ancorada numa verdade desmorona no nada; para definir o provável temos de possuir o verdadeiro. (SARTRE, 1987, p. 15). Ou seja, o homem só é homem pela sua condição de ser livre. O ser faz-se afirmando em suas escolhas livres, já que ele é produto de sua liberdade. É na ação livre que o homem escolhe seu ser, que se constrói enquanto sujeito. Quando ele dita a frase “O homem está condenado a ser livre”, ele reafirma a responsabilidade do sujeito. A indeterminação e a ausência são vias de compreensão da existência; já que o sujeito é um processo de existir e não essência dada. Ele é o que se faz no percurso da sua existência.  Diante disso, sua filosofia da consciência torna o ser possível no mundo, onde a liberdade é uma ação. O homem é o que ele projeta num futuro, do qual tem consciência do que realiza a parti deste possível. “A liberdade do Para-si em sua existência originária... esta liberdade requer algo dada, não como sua condição, mas por mais de uma razão: em primeiro lugar, a liberdade só se concebe como nadificação de algo dado, e na medida em que é negação interna e consciência, participa da necessidade que prescreve a consciência de ser consciência de alguma coisa... liberdade é liberdade de escolha, mas não liberdade de não escolher Com efeito, não escolher é escolher não escolher. Daí resulta que a escolha é fundamento do ser escolhido, mas não fundamento do escolher... a liberdade nos remete a algo dado o qual nada mais é senão a própria facticidade do Para-si.” (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre, Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 592) Projeto de ser livre, na relevância não é maior do que a liberdade. Porque o ser é levado pelo nada que o move em poder ser tudo. No momento em que a escolha é por ser no ser humano, produzindo atos responsáveis para servir como exemplo para o mundo e o outro: "O homem é livre porque a é si mesmo, mas presença a si. O ser que é o que é não poderia ser livre. A liberdade é precisamente nada que é tendo sido âmago do homem e obriga a realidade-humana a fazer-se em vez de ser.” (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre, Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 592). A autonomia de escolha é o que fez de toda a filosofia de Sartre base de sua liberdade, se não há escolha, não haverá liberdade, pois sem escolhas como construir uma consciência consciente, para separar com distinção de que a liberdade não consisti em "querer" ou "poder" é sim vontade de fazer realizar o que é possível na vida. Porque só o que nós pode tirar a liberdade é a morte, fora isso somos livre. "[...] na filosofia sartriana, como a liberdade é o nada que me move e que pode ser tudo, a Natureza, como a ordem das coisas e mesmo como ordem das coisas e mesmo como ordem da vida na humana, não humana, não entra em conta, e nossa liberdade, apesar de situada, de ser esta liberdade, é absoluta." (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.39.). Discorrendo sobre a liberdade que é primeiramente percebida pelo Para-si e revelada no ser nas escolhas que recorrem em ações no mundo que são o motivo pelo qual o homem é e se faz como protagonista do mundo, onde ele é lançado e desamparado. Recorrendo apenas com ele mesmo, para contar tendo na consciência sua luz e guia da liberdade realizada nos homens para construir tudo novo. Mesmo sentido o peso da responsabilidade de ser o que pensar ser no mundo, posicionará como autêntico em situação que faz de um fim aquilo que é. "... a liberdade se identifica com o ser do Para-si: a realidade humano é livre na exata medida em que tem-de-sê-lo em múltiplas dimensões: primeiro temporalizando-se, ou pode deixar-se determinar jamais por seu passado para executar tal ou qual ato; segundo, surgindo como consciência de algo e (si) mesmo, ou seja consciência de existir, e que, em consequência, nada exterior à consciência pode motivá-la; por último, sendo transcendência, ou seja não algo que primeiramente seja para colocar-se depois em relação com tal ou qual fim, mas ao contrário, um ser que e originariamente projeto, ou seja, que se define por seu fim.."( O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 559). Averiguamos que a liberdade é dependente da situação. Com isso se o mundo não existisse não seriamos livres. Porque somos situados no mundo e a liberdade depende dele para agir. Agir livremente não quer dizer fazer o que quer cada ato de fazer ter e Ser custa um processo de transformação do que é em nada para uma nova interpretação desse Homem no mundo. A consciência da ação será uma abertura para um comportamento de liberdade responsável que consiste em cometer atos perante si mesmo no mundo e no outro. A liberdade fundamenta o ser, então esse ser libertado é fadado de angustia de ser ele mesmo. No mundo em ele é jogado com valores que faz dele um ser de má-fé perante ele mesmo. Esse ser angustiado dentro dele mesmo se rebela para agir fora da consciência do Em-si e tomar atitudes Para-si no mundo; com o intuito de mudar ele mesmo e o mundo em que vive.  "à existência, como projeto, delineia a ação: a exterioriza as possibilidades intimas da existência. Essa projeção da existência constitui a liberdade como modo de ser da realidade humana. A liberdade, portanto, como o mais peculiar da existência, é inerente à práxis. Toda práxis é originariamente livre e individual." (Ensaios filosóficos; Nunes, Benedito; organizações e apresentação Victor Sales Pinheiros. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. Pg. 208). A práxis do ser no mundo é a expressão total da liberdade, pois é um ato de maturidade para com o homem agir na práxis com uma consciência livre de alienação tortuosa que o prendia em sua prisão interna "cheia de nada" que é preenchida de projetos possíveis sempre em aberto e nunca fechado. Somos levados a ser construção de si mesmos para ser no mundo liberdade. Essa liberdade exige da homem postura de responsabilidade, mesmo escolhendo ser covarde como escolha, ainda assim será um ser de liberdade compreendida na autonomia da escolha. Não justifica responder nossos atos e ações, dando a desculpa como sendo predestinados a um destino, pois nossa essência não é a priori é construída na negação. Negação, essa da liberdade criada no seu próprio conceito de vida e realidade humana. Situada e projetada a fazer ter e ser autor e protagonista de sua vida, mas sem roteiro a seguir, o diálogo de sua história é escrito a parti do que é vivenciado no mundo. 3 DA LIBERDADE COMO RESPONSABILIDADE A filosofia de Sartre só se trata no caso humano, a existência precede a essência, pois o homem primeiro existe, depois define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma "essência" posterior à existência: O sentido humano da fórmula sartriana de que " a essência precede a existência" é este: dado o modo como somos, a experiência essencial de nós mesmos é uma experiência de não coincidência, ou seja, é a experiência de não termos essência. A liberdade como não coincidência é o que nos define essencialmente; por isso, dirá Sartre, com ares de paradoxo: " o homem está condenado a ser livre” (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.39.). É o homem o centro da filosofia sartriana, pois a existência precede a essência. Ele não é aquilo que se apresenta, mas ele é todo processo histórico de mudanças que veio a ser este homem de Hoje. O homem com o passar do tempo se transforma adquirindo novos valores e uma moral diferente. Contudo o homem não é apenas uma só definição, ele é conceito total que envolve sua existência. “O homem é aquilo que não é e não é o que é".  O homem é um vir a ser: "...O homem existe primeiro, para ser depois isto ou aquilo. Existir, para ele é agir de acordo com certos fins, os quais exteriorizam as suas possibilidades originárias. O ato de existir confunde-se com projeção dessas possibilidades. Daí dizer-se: a existência é projeto, o homem não está determinado, não possui uma natureza. Não é nunca tudo o que pode contém o germe da negação. Os dois aspectos integrantes do projeto, a liberdade e a temporalização, mostra isso com mais clareza. A liberdade, inerente a um ser que existe projetando os seus fins, é constitutiva da existência. Nós somos livres, a liberdade é o que somos. O homem está condenado a ser livre, porque existe na forma de projeto interiorizando os condicionamentos e as resistências do mundo exterior. A cada instante o homem supera o que foi e é aquilo que poderá ser. Agindo na direção de seus fins, ele visa sempre um mais-além. Agindo na direção de seus fins, ele visa sempre um mais-além.” (Ensaios Filosóficos, Nunes Benedito; organização e apresentação Vitor Sales Pinheiros. São Paulo: editora WMF Martins Fontes, 2010. Pg. 204. ). O homem é o centro da filosofia sartriana, pois a existência precede a essência. O existencialismo afirmar que o covarde se faz covarde que o herói se faz herói; existe sempre, para o covarde, uma possibilidade de não mais ser covarde, e, para o herói, de deixar de o ser. Para com isso ser livre para escolher liberdade a liberdade é existência, e nela, a existência precede a essência; a liberdade é surgimento imediatamente concreto e não se distingue de sua escolha, ou seja, da pessoa. Mas a estrutura considerada pode ser chamada como Sartre a nomeia na obra, O ser e o nada- Ensaio de Ontologia e fenomenologia de a verdade da liberdade, ou seja, é a significação humana a liberdade. A existência humana consistir em fazer ser como estrutura de realizar na vida um projeto existencial que conduz o ser superar a si mesmo e as diversidades que por ventura a aparecerem no caminho da liberdade construída pelo próprio punho com a intenção de ir além o que é. O projeto de ser de Sartre é existir no mundo, como sua fraqueza e coragem fazendo possível na moldura dessa existência.  Conceito de Sartre não existe uma natureza humana, o homem é responsável por si, pois a existência precede a essência. Isso ocorre unicamente, pelo homem ser a própria liberdade, livre, ao contrário dos outros seres que são predeterminados. Somente o homem existe, as outras coisas não, elas apenas são. Nas palavras do filosofo em O existencialismo é um humanismo: " Só existe realidade na ação"; e ela vai ainda mais longe, acrescentando: "O homem não é nada mais que seu projeto, ele não existe senão na medida em que se realiza e, portanto, não e outra coisa senão o conjunto de seus atos, nada mais além de sua vida". No existencialismo, “o homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo. Conceituando o homem pela ação, pois a única coisa que permite ao homem viver é o ato. Ele será antes de qualquer coisa, o que ele tiver projetado ser. não o que vai querer ser; mas a força de vontade de realizar o possível as suas limitações. Todo homem é responsável por sua existência. No entanto quando afirmamos que o homem é responsável por si mesmo, não estamos por ser individualista. Porque quando o homem escolhe ser responsável pela sua existência ele escolhe ser responsável por todos os homens. Contudo a nossa escolha será sempre a condição de escolhermos o bem, e nada pode ser bom para nós sem ser para todos. "...a existência, como projeto são dois lados de uma mesma realidade humana. A existência, como projeto, delineia a ação: a ação exterioriza as possibilidades intimas da existência. Essa projeção da existência constitui a liberdade humana. A liberdade, portanto, como o mais peculiar da existência, é inerente livre e individual." (Ensaios filosóficos; Nunes, Benedito; organizações e apresentação Victor Sales Pinheiros. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. pg. 208). O ateísmo existencialista de Sartre que ele representa deixou claro em uma conferência que ele proferiu em Paris, na segunda-feira no dia 29 de outubro de 1945: "Que mesmo Deus não exista, há ao menos um ser cuja existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por algum conceito, que tal ser é o homem." Contudo significará então que o homem existe primeiro, se encontra, surge no mundo e, se define em seguida. Nesse mesmo sentido se o homem é no conceito existencialista, não é definível, é por causa de ele ser, inicialmente nada. O ser apenas será alguma coisa posteriormente, aquilo que ele se tornar. O homem se tornara aquilo que ele projetar para a sua existência breve, mas concreta no mundo, como sendo protagonista da sua própria história na humanidade. Este mesmo homem como já vimos existe antes tudo, ou seja, que o homem é, antes de tudo, aquilo que projetar vir a ser. O importante segundo Sartre: não é o que fazemos de nós, mas o que nós fazemos daquilo que fazem de nós. Somos seres condenados a liberdade pelo fato de não podermos escapar de estarmos sempre situados e com isso tomarmos decisões em nossa vida, pois nascemos para livres. Para o existencialismo sartriana, só o efeito da ação, livremente projetado, pode legitimá-la. Isto é, a ação custosa é vista como justificável no instante do projeto ou da execução pela expectativa, contemporânea deste projeto ou desta execução, de um efeito benéfico futuro. Saliente-se que o fundamento existencialista da ação não está no futuro e sim na expectativa instantânea de um efeito futuro. A construção do existencialismo em Jean-Paul Sartre é baseada na responsabilidade do homem decidir escolher ser, tendo sempre em vista a humanidade que o vê como exemplo de homem. No sentido que Homem é perpetuamente disposto a mudar sua escolha para o possível naquilo que ele pode realizar por eles mesmos no tempo e no espaço. "Retorno à existência, projeto existencial, é um ato de reflexão contínua que procura reconstituir ou totalizar, com o pensamento, os momentos da totalização em curso pela qual a existência humana, sempre em ato, se temporaliza." (Ensaios filosóficos; Nunes, Benedito; organizações e apresentação Victor Sales Pinheiros. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. Pg. 207). Como vemos no existencialismo do filosofo Jean-Paul Sartre, o homem existe no mundo, surge no mundo, para depois se definir. E só depois que existir o homem pode dizer o que é a sociedade poderá julga-se alguma coisa apenas a partir daquilo que já foi feito. Em suma: o homem é aquilo que faz. A existência tem prioridade sobre a essência humana, portanto o homem existe independente de qualquer definição pré-estabelecida sobre seu ser. Existir para Sartre em suas palavras “viver é isto: ficar se equilibrando, o tempo todo, entre escolhas e consequências." Pois sendo nós mesmos existentes no meio de outros existentes. Mas podendo-nos "realizar" nesta existência no meio de outros. Não podemos captar a nós mesmo como existentes, porém se nos escolhermos nós mesmos, não sendo nosso ser, mas a nossa maneira de ser. Nossa posição será no mundo, definida pela relação de utensilidade ou adversidade entre a realidade que nos rodeiam e nossa própria factidade, estando-nos sempre posicionado em uma situação existencial correlacionado com o transcender do dado rumo a um fim. “A filosofia da existência é compreensiva. Seu objeto (a realidade humana, o Dasein, a existência) não é suscetível de conhecimento positivo, uma vez que a existência, como se-no-mundo, não é um conceito que se determine por outros conceitos." (Ensaios filosóficos; Nunes, Benedito; organizações e apresentação Victor Sales Pinheiros. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. Pg. 200). A liberdade, se manifesta na existência com o para-si compreendida como autonomia de escolha, e Sartre submeti essa autonomia às ultimas implicações. Cada para-si é responsável em seu ser pela existência de uma espécie humana. A liberdade como sendo absoluta, tem um valor do qual nasce da subjetividade, ocorre que ela é o único fundamento de valor. Desse modo o valor encontra a sua origem no ato livre, essa ação é absolutamente indeterminada: escolher é inventar. Contudo o homem é apenas seu projeto, só existe na medida em que se realiza, ele é tão somente a unidade de seus atos. A liberdade absoluta é o existencialismo, tese fundamentada de Sartre tanto defende em sua filosofia. Com uma essência construída pelo homem que existe no mundo e se defini com uma consciência plena e livre e absoluta que tem só como sua destruição a morte tirando isso ele nasce livre e assim sempre livre não podendo mais não ser. Porque a liberdade nasce com ele, o que sobra para esse homem é angustia de passar toda a vida, à tomar decisões a cada situação em torna um ser povir a ser. O Homem além de ser lançado nesse mundo ele está sujeitado, a total desamparo, enquanto isso Sartre coloca toda responsabilidade na consciência do homem que tem com absoluto a sua liberdade. Na obra O Ser e o nada o homem vive como que constrangido a assumir-se como medida, e a decorrência absolutamente coerente consagra o absurdo, por isso que a realidade humana é finitude radical, uma particularidade eternamente devolvida a seu próprio nada. Analisando o fundamento, "o ser no sentido positivo, despojado de sua função fundaste, determina-te negativamente o fundado; e outro que não o ser, ou o nada, assume como que um papel positivo." (Bornheim, p.257) Sendo dessa assim Sartre interpretou essa ideia de forma positiva. Nascemos sem identidade, somos, portanto, livres para nos tornarmos o quer ou quem quiser ser, salvo nossa total responsabilidade de nossos atos: “em primeiro lugar, o homem existe, surge, aparecer em cena e, só depois, se define. O homem é como a sua existência o concebe. É indefinível é porque no início ele não é nada. Só depois é que ele será alguma coisa ou pelo mesmo terá feito aquilo que será. Desta forma, é a própria liberdade que encontra os obstáculos resistentes a si, e esta não poderia existir se não fosse restringida. A liberdade é escolha, e só é verdadeiramente livre porque constitui “a facticidade como sua própria restrição” (O ser e o nada, Ensaio de ontologia fenomenológica, Sartre Jean-Paul; tradução do Paulo Perdigão. 21 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. Pg. 609). Quando o filosofo inverte essa ordem, colocando a existência como precedendo a essência, o que ele pretende, é estabelecer uma diferença nítida entre objetos naturais ou fabricados, cuja forma e finalidade se encontra especificamente determinadas por antecipação (como uma coisa, um fenômeno natural ou um utensílio), e o ser humano, cujo conhecimento dependeria da compreensão de um processo de existência que não pode ser antecipado por qualquer elemento determinante responsável por uma definição fixa e definitiva. Nesse sentido Sartre diz que o ser do homem consiste em existir, o que significa que a realidade humana se define no curso de sua existência, justamente porque não haveria qualquer essência na qual essa definição estaria antecipada de modo determinado. O homem livre faz seu próprio roteiro independente das circunstâncias ele dirigirá a sua vida com responsabilidade com a consciência positiva escrever seu script com segurança que a angústia que o acompanha é para lhe impulsionar se posicionar no mundo. Olhando o que a por vir para se inventar como um ser que se constrói a cada situação, tendo plena coerência em suas escolhas e engajamento. Se ele o escolhe um existir no mundo tem com o absurdo de saber que tudo pode mudar de direção, mas sempre terá um possível a conquistar. Existir exige esforço, responsabilidade, desprendimento de si em seus projetos, pois tudo está lançado numa adversidade da qual o ser vai enfrentar para se fazer existir como condenado à liberdade absurda de se viver sabendo que ele é concebido do nada para viver a partir da negação em cada posicionamento com um ser desamparado de qualquer justificativa a prosseguir a não por ele mesmo escolher. Não é difícil, portanto achar tantas críticas ao existencialismo de Sartre por ele colocar o ser a mercê no Ser-aí sem um destino predeterminado onde tudo faz parte do roteiro. Mas é justamente por esse olhar diferente para o existencialismo do homem que Sartre defende que o torna ousado perante os outros; por realizar no ser uma identidade autêntica e não alienante perante o mundo. Ele resgata o sujeito dele mesmo para tomar atitude em sua vida e se fazer acontecer na humanidade. A existência do homem livre, na filosofia de Sartre, é compreendida com a seguinte premissa, “existência precede a essência”, essa formula, parti da subjetividade, para entendermos a existência. O homem primeiro existe, depois define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma "essência" anterior à existência. “o sentido humano da fórmula sartriana de que " a essência precede a existência" é este: dado o modo como somos, a experiência essencial de nós mesmos é uma experiência de não coincidência, ou seja, é a experiência de não termos essência. A liberdade como não coincidência é o que nos define essencialmente; por isso, dirá Sartre, com ares de paradoxo: " o homem está condenado a ser livre” (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.39.). Para Sartre, o homem faz a sua própria história, constrói sua identidade, apesar da sociedade, política, família e educação.  Esse homem, ele não é aquilo que se apresenta, mas ele é todo processo histórico de mudanças que veio a ser o que ele construiu de si mesmo com o passar do tempo se transformou, adquirindo novos valores e uma moral diferente com todo processo. Contudo, o homem não é apenas uma só definição, ele é conceito total que envolve sua existência, ele é um vir a ser. O homem, que de início nada é, irá definir-se pela sucessão de seus atos, pela série de opções que ele faz em face de cada situação concreta. Em nenhum momento da vida de um homem se pode afirmar que ele é isso ou aquilo, de uma vez para sempre. Como o homem inverta perpetuamente o seu ser, sem possuir “caráter” congênito ou uma “essência” imutável, sua definição jamais se completa em vida, e se conserva sempre em aberto até sua morte. (PERDIGÃO, 1995, p.91) Segundo Paulo Perdigão, o homem no início é nada.  Justamente esse nada é o momento em que o ser se depara com o mundo, e vem a interrogação com o que ele encontra no mundo, questionando: qual a razão do mundo estar dessa forma, qual o sentido de ele estar no mundo? Com a postura de observar o porquê de cada coisa, revendo seus conceitos morais, ele se coloca no centro, para que o nada o tome por inteiro, que significa questionar sobre tudo, fazendo dessa interrogativa, também o princípio de tudo. Como isso iniciou, o homem, interroga a si mesmo no mundo. O nada ao encontro do ser é um estado neutro entre passado e o futuro e começo de um novo presente. O passado se faz necessário ao homem, apenas para torna-lo em nada e iniciar o presente, porque o futuro ainda estar por acontecer ele não é concreto, ao contrário do presente. O presente, a partir do nada se baseia na reflexão interrogativa, de mudança para novos valores, para assim tomar suas próprias decisões, concretamente no mundo.  Isso não quer dizer que o ser esteja agora completo, pelo contrário. O ser estará sempre nadificando seu passado, por vários motivos, tal como o tempo. O tempo nunca para, sempre está em eterna continuidade, por esse motivo o homem jamais estará completo. Ele se renovará a cada momento, enquanto houver vida. O homem representado por Perdigão é um ser que não tem essência dada, o próprio homem a constrói ao longo do tempo, com escolhas da qual serão o molde para forma sua liberdade com responsabilidade

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1.       A Liberdade em geral       A liberdade é um tema discutido na mídia  em geral, debatida, muitas vezes, de forma prolixa, haja vista, como senso comum sem uma reflexão profunda dessa palavra. É um termo dito e pesando por todas as idades, gêneros, classes sociais e aclamada em manifestações de todas as épocas da História da Humanidade. É sem dúvida, uma palavra de cunho significativo a Sociedade.       O ato da liberdade nós traz a magnitude do poder da expressão tanto em bate-papos, quanto no campo intelectual das universidades. A liberdade, é muito mais que uma palavra de impacto para um grupo, ela é uma representação democrática para o homem.     A construção de uma sociedade com homens e mulheres livres, reque do indivíduo uma decisão consciente, da conseqüência dos seus atos. Atuação do homem consciente, resultara em uma sociedade livre com cidadãos conscientes da sua liberdade.     Na filosofia esse  legado, dentro outros, de refletir o teor da palavra liberdade e

AS TRÊS PENEIRAS

CONTA-SE QUE CERTA VEZ UM AMIGO PROCUROU SOCRATES,O CÉLEBRE FILÓSOFO GREGO,DESEJANDO CONTAR-TE ALGO SOBRE A VIDA DE OUTRO AMIGO COMUM. -QUERO CONTAR- SE ALGO SOBRE O NOSSO AMIGO ANDRÉAS QUE VAI TE DEIXAR BOQUIABERTO. -ESPERA-INTERROMPEU O FILÓSOFO- , PASSASTE O QUE VAI DIZER PELAS TRÊS PENEIRAS? -TRÊS PENEIRAS? - ESPANTOU-SE O INTELOCUTOR. -PRIMEIRA PENEIRA: A COISA QUE ME CONTARÁS É VERDADE? -EU ASSIM CREIO, POIS ME FOI CONTADA POR ALGUÉM DE CONFIANÇA- DIZ O AMIGO... -BEM! ALGUÉM TE DISSE...VEJAMOS A SEGUNDA PENEIRA: A COISA QUE PRETENDES ME CONTAR É BOA? O OUTRO HESITOU,RESFOLEGOU E RESPONDEU: -NÃO EXATAMENTE... SOCRATES CONTINUO SUA INCRIÇÃO: -ISSO COMEÇA A ME ESCLARECER. VERIFIQUEMOS A TERCEIRA PENEIRA, QUE É A PROVA FINAL: O QUE É A PROVA: O QUE TINHA A INTENÇÃO DE ME CONTAR É DE UTILIDADE TANTO PARA MIM COMO PARAO NOSSO AMIGO ANDREAS E PARA TI MESMO? -NÃO, NÃO E NÃO. -ENTÃO, CARO AMIGO, DISSE SÓCRATES, A COISA QUE PRETENDIAS ME CONTAR NÃO É CERTAMENTE VE