Pular para o conteúdo principal

AS TRÊS PENEIRAS

CONTA-SE QUE CERTA VEZ UM AMIGO PROCUROU SOCRATES,O CÉLEBRE FILÓSOFO GREGO,DESEJANDO CONTAR-TE ALGO SOBRE A VIDA DE OUTRO AMIGO COMUM.
-QUERO CONTAR- SE ALGO SOBRE O NOSSO AMIGO ANDRÉAS QUE VAI TE DEIXAR BOQUIABERTO.
-ESPERA-INTERROMPEU O FILÓSOFO- , PASSASTE O QUE VAI DIZER PELAS TRÊS PENEIRAS?
-TRÊS PENEIRAS? - ESPANTOU-SE O INTELOCUTOR.
-PRIMEIRA PENEIRA: A COISA QUE ME CONTARÁS É VERDADE?
-EU ASSIM CREIO, POIS ME FOI CONTADA POR ALGUÉM DE CONFIANÇA- DIZ O AMIGO...
-BEM! ALGUÉM TE DISSE...VEJAMOS A SEGUNDA PENEIRA: A COISA QUE PRETENDES ME CONTAR É BOA?
O OUTRO HESITOU,RESFOLEGOU E RESPONDEU:
-NÃO EXATAMENTE...
SOCRATES CONTINUO SUA INCRIÇÃO:
-ISSO COMEÇA A ME ESCLARECER. VERIFIQUEMOS A TERCEIRA PENEIRA, QUE É A PROVA FINAL: O QUE É A PROVA: O QUE TINHA A INTENÇÃO DE ME CONTAR É DE UTILIDADE TANTO PARA MIM COMO PARAO NOSSO AMIGO ANDREAS E PARA TI MESMO?
-NÃO, NÃO E NÃO.
-ENTÃO, CARO AMIGO, DISSE SÓCRATES, A COISA QUE PRETENDIAS ME CONTAR NÃO É CERTAMENTE VERDADEIRA, NEM BOA, NEM ÚTIL; ASSIM SENDO, NÃO TENHO A INTEÇÃO DE CONHECÊ-LA E ACONSELHO-TE A NÃO PROCURAR VEICULÁ -LA.
DEVEMOS PROCURAR FAZER O TESTE DAS TRÊS PENEIRAS GREGAS: É VERDADE? É BOM? É ÚTIL? CASO NEGATIVO, DEVEMOS SIMPLESMENTE EVITAR QUE SEJAMOS PARTE INTEGRANTE NAS BISBILHOTICES E NOS MEXERICOS DE PESSOAS ÁVIDAS POR "NOVIDADES" A SOBRE A VIDA ALHEIA.

(RANGEL,Alexandre. (org.) As mais belas parabólas de todos os tempos. Belo Horizonte -MG; Editora Leitura, 2002, pp. 45-6)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Capitulo 3

A existência do homem livre         A filosofia de Sartre só se trata no caso humano, a existência precede a essência, pois o homem primeiro existe, depois define, enquanto todas as outras coisas são o que são, sem se definir, e por isso sem ter uma "essência" posterior à existência.   O sentido humano da fórmula sartriana de que " a essência precede a existência" é este: dado o modo como somos, a experiência essencial de nós mesmos é uma experiência de não coincidência, ou seja, é a experiência de não termos essência. A liberdade como não coincidência é o que nos define essencialmente; por isso, dirá Sartre, com ares de paradoxo: " o homem está condenado a ser livre” (Carrasco, Alexandre de Oliveira Torres; A liberdade; São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. Pg.39.).         É o homem o centro da filosofia sartriana, pois a existência precede a essência. Ele não é aquilo que se apresenta, mas ele é tod...

comentário da citação de Perdigão

O homem, que de início nada é, irá definir-se pela sucessão de seus atos, pela série de opções que ele faz em face de cada situação concreta. Em nenhum momento da vida de um homem se pode afirmar que ele é isso ou aquilo, de uma vez para sempre. Como o homem inverta perpetuamente o seu ser, sem possuir “caráter” congênito ou uma “essência”   imutável, sua definição jamais se completa em vida, e se conserva sempre em aberto até sua morte. (PERDIGÃO, 1995, p.91)     Segundo Paulo Perdigão, o homem no início é nada.  Justamente esse nada é o momento em que o ser se depara com o mundo, e vem a interrogação com o que ele encontra no mundo, questionando: qual a razão do mundo estar dessa forma, qual o sentido de ele estar no mundo? Com a postura de observar o porquê de cada coisa, revendo seus conceitos morais, ele se coloca no centro, para que o nada o tome por inteiro, que significa questionar sobre tudo, fazendo dessa interrogativa, também o princípio de...